Sugestão de leitura: "A Confissão de Lúcio"

A Confissão de Lúcio (1914)

de Mário de Sá Carneiro

(sugestão do docente Fernando Miguel Marques)

Fazendo um pequeno exercício de memória, lembro-me de um conto fantástico de um poeta fantástico, que li mais ou menos com a idade dos nossos alunos, e que se encontra tãããão actual, agora, como foi castigado e não percebido na altura em que foi escrito o seu autor o poeta modernista Mário de Sá Carneiro, sim, aquele que emigrou para Paris – cento da cultura mundial – sim, aquele que sentiu um desassossego tão grande que disse: «Quando eu morrer batam em latas, [...] Que o meu caixão vá sobre um burro / Ajaezado à andaluza», e que num momento de desassossego deu um salto sem retorno para a linha de metro e passou a integrar aquele grupo restrito de génios que aos 27 se dedicam a ficar imortais.

Falo do conto em que ele referencia a sua amizade com outro grande poeta, creio eu, lá está, mas este conto é uma ode à amizade, à aquela verdadeira amizade que é impossível entre irmãos, tem de ser entre dois seres que se amam e não podem consumar esse amor. Falo, lá está, de A Confissão de Lúcio, um conto que deve ser lido por todos os que têm uma verdadeira amizade por alguém, para ficarem a saber o quão bela é, ou não, a sua amizade.