Já leram as "Novas Cartas Portuguesas"?

Esta é sem dúvida uma das obras mais marcantes de toda a literatura portuguesa. Talvez o título não vos seja estranho, pois é inspirado nas Cartas Portuguesas, um livro singelo e muito emotivo, publicado anonimamente em Paris, em 1669, cuja autoria é atribuída a Sóror Mariana Alcoforado, uma freira arrebatada pelo seu amor impossível por um cavaleiro francês.
As «Novas Cartas Portuguesas (NCP) são um livro denso e extenso, escrito por três mulheres: Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa e publicado em 1972 como uma verdadeira "pedrada no charco" do regime ditatorial. A sua  edição custou alguns dissabores às autoras, que foram perseguidas por uns e admiradas por outros. A obra tornou-se conhecida nacional e internacionalmente, por ter denunciado a discriminação da mulher que se vivia em Portugal, não apenas derivada da repressão política, mas também da hegemonia do poder patriarcal católico, que apenas permitia um papel submisso e limitado às mulheres. Por isso, as "três Marias", como ficaram conhecidas, denunciaram veementemente a condição feminina, expondo a falta de liberdade e igualdade no casamento e fora dele, na vivência da sexualidade e na maternidade.
Alguns de vós leram este livro, ou pelo menos uma parte? Que reações e pensamentos recordam da experiência? 
Partilhem connosco, nos comentários, a vossa opinião sobre esta obra única, intensa e provocatória, que é certamente um dos livros mais "livres e desafiantes" da nossa literatura. E a propósito: não esqueçam a sessão do Clube de Leitura desta noite (21h), dedicada a esse preciso tema, com os convidados Filipa Amorim e Nuno Gonçalves. Para receberem o link, inscrevam-se aqui! 😉

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