Perdidos e Achados na Leitura

Sabiam que está a decorrer um concurso promovido pelo Plano Nacional de Leitura destinado a todos os alunos do ensino superior? O desafio consiste apenas em escreverem um texto sobre uma obra da vossa preferência, pelo que convidamos desde já @s estudantes leitor@s do ISEC Lisboa a consultarem o regulamento do concurso e a enviarem as suas leituras pessoais.  Esta é uma excelente oportunidade para darem voz à vossa opinião e criatividade e - quem sabe? - serem recompensad@s por isso! Os prémios para os 3 primeiros vencedores serão vales para compras no El Corte Inglés nos valores de 1000€, 750€ e 500€, respetivamente. Além disso, os 10 finalistas do concurso serão convidados para uma visita cultural realizada na companhia de um escritor; os seus textos serão publicados e receberão, ainda, um livro do PNL. Consultem o regulamento aqui e façam o registo no PNL neste formulário , para poderem concorrer. Boa sorte!

  Este livro de Elena Ferrante não é tão conhecido como a tetralogia da Amiga Genial,  mas merece a atenção de quem gosta de romances centrados no processo de maturação psicológica de uma protagonista adolescente, no contexto da sua história familiar. Na contracapa, pode ler-se o seguinte: «Dois anos antes de sair de casa, o meu pai disse à minha mãe que eu era muito feia» é a frase inicial deste romance. A revelação é feita por Giovanna, que ao olhar paterno se transformara de criança encantadora em adolescente imprevisível, que parecia tornar-se cada dia mais parecida com a desprezada tia Vittoria. A frase ouvida sem que os pais o soubessem vai levar Giovanna a procurar conhecer a tia, cujas fotografias foram apagadas dos álbuns de família e é evitada em todas as conversas. Para saber se estará realmente a tornar-se semelhante à tia, vai visitar a zona empobrecida de Nápoles, a conhecer uma versão diferente dos seus pais, provocando sem o saber a desagregação da sua fa...

Autor: Bernardim Ribeiro; pref. e notas de Aquilino Ribeiro Título:  Obras Completas:   Volume I Menina e Moça Editor: Sá da Costa Local: Lisboa Data: 1956 (2.ª edição) Coleção: "Clássicos Sá da Costa"

 

A Tragédia da Rua das Flores de Eça de Queirós (sugestão da aluna Ana Carolina Silva) Este livro é um romance e foi publicado já depois da morte do seu autor, o inigualável José Maria de Eça de Queirós. O romance centra-se na figura de Joaquina, que mais tarde muda de nome para Genoveva.  Joaquina viveu em Lisboa e interessou-se por Pedro da Ega e estes acabaram por casar e tiveram um filho em comum, o Vitor. Entretanto, Joaquina demonstrou a sua verdadeira personalidade: era gananciosa, materialista e interesseira e por isso mais tarde cometeu adultério com um homem espanhol. Esta acabou por fugir com o amante, deixando para trás a família que construiu, sem repensar na ideia de fugir.  Apesar de rica (graças ao amante), Joaquina nunca deixou de ser quem era e demonstrou mais uma vez que tinha mau caráter, pois a verdade é que nunca amou o seu amante, este só a sustentava, como ela tanto gostava.  O dinheiro e a fama apoderaram-se de Joaquina e esta trocou de nome e pass...

Como sabem, as docentes Sandrina Esteves e Sara Leite, da EEDH, fazem parte da equipa do Projeto #isecaler e do Clube de Leitura do ISEC Lisboa. Para além de lecionarem Língua Portuguesa, são investigadoras na área da aquisição e aprendizagem da língua materna e estão, atualmente, a preparar um artigo científico sobre hábitos de leitura no ensino superior, juntamente com as docentes da EGEA Ana Barqueira e Ana Oliveira. As duas docentes também se dedicam a escrever e publicar livros que sejam úteis a Educadores de Infância e Professores do 1.º Ciclo, no sentido de os ajudarem a conceber e planear atividades que promovam o desenvolvimento da linguagem oral e escrita por meio da leitura literária e dos jogos didáticos. Ambas foram recentemente entrevistadas pela CNN Portugal , para explicarem a sua perspetiva sobre um fenómeno curioso que se verifica atualmente na fala das crianças de 3 a 8 anos, que, cada vez mais, pedem "Posso pão?" ou "Posso telemóvel?" – omitindo,...

  Adriano Cerqueira e Ricardo Galvão juntaram-se para criar este interessante livro ilustrado, que nos conduz numa viagem ao longo da História, para nos apresentar 50 ideias inteligentes e imaginativas que transformaram o mundo, desde o princípio de Arquimedes até à teoria do Big Bang. Foram «3 milénios de experiências, observações, hipóteses e desafios, desde o mundo microscópico à imensidão do cosmos», cujos protagonistas podem ser mais conhecidos - como Isaac Newton, Marie Curie e Albert Einstein - ou menos famosos, mas não menos importantes, como Williamina Fleming e Henrietta Lacks. Apesar de ter muita informação e de quase toda ser "técnica", este livro está escrito de uma forma muito acessível e constitui uma leitura cativante, pois suscita a nossa curiosidade e interesse em saber mais e mais sobre tantos acontecimentos, muitos deles acidentais, que acabaram por dar origem a desenvolvimentos cruciais para a evolução da humanidade. Quem seríamos, afinal, se não tivesse...

 

Alguém adivinha de que autora se trata?! 🤔 Deixem a vossa resposta nos comentários! 🙂 Esta escritora nascida na Alemanha adquiriu nacionalidade portuguesa no contexto da fuga dos judeus à perseguição nazi. Viveu no Porto e foi colaboradora de vários jornais e revistas, sendo também tradutora. Escreveu romances e poesia de cunho autobiográfico, dando conta das vivências traumáticas da infância relacionadas com os horrores do nazismo e com a expatriação, mas também com as suas experiências em Portugal. Também escreveu para crianças, tendo sido distinguida com o Prémio de Literatura Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian.

Não incomodar (2021) de Freida McFadden (sugestão da docente Sara Monteiro) Não incomodar é o mais recente thriller psicológico de Freida McFadden, uma autora que nos consegue surpreender sempre com as suas narrativas, que nos prendem do início ao fim.  Quinn Alexander cometeu um crime e decide fugir. Contudo, acaba por ser apanhada por uma forte tempestade, que não lhe deixa alternativa a não ser abrigar-se num hotel decadente à beira da estrada. É neste espaço que todo o enredo desta narrativa se desenvolve, levando-nos a questionar, de forma constante, quem é, afinal, o vilão da história.  De facto, a autora, uma vez mais, a autora equilibrou de forma inteligente uma narrativa complexa, repleta de suspense, com reviravoltas surpreendentes. Para quem é fã de thrillers , este é verdadeiramente viciante e irá manter qualquer um “preso” à sua leitura até à conclusão!

Provavelmente já sabiam que no ISEC Lisboa existe um curso de Pós-Graduação muito especial, dedicado à Arte de Contar Estórias . O que talvez não saibam é que, no âmbito da unidade curricular de Seminários, esta formação oferece aulas abertas com convidados especialistas na área da narração de estórias e da mediação do livro e da leitura. Assim, acreditamos que tenham interesse em saber quem serão os convidados deste ano letivo e quando poderão ouvi-los. Estas sessões acontecem "ao postigo do Zoom", isto é,  online , pelo que não precisam de se deslocar até ao ISEC Lisboa para desfrutar destes momentos encantadores de partilha em torno das estórias.  A primeira sessão aconteceu no mês de janeiro e contou com a participação de Sofia Vieira, mediadora do livro e da leitura, da Livraria Aqui há gato, em Santarém. Aqui fica a lista dos próximos convidados com as datas e horários das sessões: António Fontinha Contador de estórias/Coletor de memória coletiva 8.03.2025 – 10h/11h30 P...

  Coração Negro como Tinta é, literalmente, um romance de peso! Tem 920 páginas escritas por J. K. Rowling, mas publicadas sob o pseudónimo Robert Galbraith - tal como os outros volumes da série "Cormoran Strike". A autora tem agradado o público adulto com esta saga de um detetive, que já tem 8 volumes. Depois do sucesso dos livros de Harry Potter, J. K. Rowling escreveu um romance que não conseguiu grande atenção do público. Após essa experiência menos boa, a escritora britânica resolveu submeter outro manuscrito para publicação, fazendo-se passar por um antigo oficial militar de nome Robert Gailbraith. O editor aprovou e publicou o livro, The Cuckoo’s Calling , em 2015. Este conseguiu críticas favoráveis, mas as vendas não foram significativas, até que foi divulgada a notícia da sua verdadeira autoria. Aí, a procura do livro dispararou e a saga deste detetive promete continuar. Alguém por aí já leu este livro? Gostou? Quer partilhar a sua opinião? Usem e abusem dos comentár...

  Autor: «segundo Sarah Cone Bryant»; «imagens de Denise Chabot» Título: Os Três Ursos Editor: Despertar Local: Porto Data: [s.d.]

 

Encontre o seu equilíbrio (2019) de Conceição M. Espada (sugestão da docente Sara Leite) Há alguns anos, calhou fazer uma sessão de autógrafos para a Presença / Manuscrito ao lado de outra autora que desconhecia, mas com quem encetei uma agradável conversa. Chamava-se Conceição Espada e toda ela irradiava tranquilidade e segurança, o que me cativou. Naturalmente, fiquei curiosa para descobrir que livro tinha escrito e acabei por comprá-lo:  Encontre o seu equilíbrio . Numa linguagem clara, simples e direta, Conceição Espada ajuda as mulheres a compreenderem-se melhor, na especificidade do seu género e nas circunstâncias atuais. Oferece-nos não só técnicas e exercícios para reduzirmos a ansiedade e afastarmos o stresse das nossas vidas, mas também temas de reflexão e de autoconhecimento pertinentes e interessantes, que poderão ser o ponto de partida para a mudança de muitas vidas para melhor. Este livro superou as minhas expectativas!

Maria Teresa Horta, poetisa, prosadora, jornalista e ativista política e social,  deixou-nos na passada terça-feira, dia 4 de fevereiro. Talvez se recordem de a termos evocado aqui , a propósito das Novas Cartas Portuguesas e também numa publicação em que reproduzimos uma página do seu livro Ambas as mãos sobre o corpo . Considerada pela BBC como uma das «100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo», Maria Teresa Horta foi uma destemida desafiadora da autoridade repressiva do regime fascista em defesa da igualdade de direitos entre mulheres e homens. Nesta entrevista em vídeo , podem ouvi-la recordar os tempos em que cidadãos portugueses íntegros e inofensivos, incluindo a própria Maria Teresa e os seus amigos, eram espancados em plena rua e presos por uma polícia que defendia os interesses do Estado, em vez de zelar pela segurança e integridade das pessoas. Lamentamos profundamente a perda da última das corajosas insubmissas "três Marias", que quis ser lemb...

Inês Barata Raposo é uma jovem talentosa nascida em Castelo Branco que  que já venceu dois concursos literários: o Prémio Branquinho da Fonseca Expresso/Gulbenkian na modalidade juvenil com o livro Coisas que Acontecem , em 2018, e o Prémio Maria Rosa Colaço, pela obra Quarto Escuro , em 2022 .  Este livro , publicado pela editora Bruaá, com ilustrações de Pedro Pousada, conta-nos a história de uma família através das cartas que um dos filhos escreve ao outro - enquanto este último está internado num hospital, em coma, após um grave acidente de viação. Sem perder de vista o bom humor e a esperança, o narrador vai-nos dando conta de como os membros da família prosseguem com as suas rotinas, apresentando-nos uma visão engraçada e ao mesmo tempo profunda da adolescência e das suas vicissitudes. Há por aí alguém que tenha lido esta obra tão original e divertida? Recomendam? Porquê? Aguardamos os vossos comentários! 😊

 

Alguém adivinha de que autor se trata?! 🤔 Deixem a vossa resposta nos comentários! 🙂 Autor português de romances, contos, ensaios e diários, é considerado um dos grandes romancistas do séc. XX. Viveu entre 1916 e 1996 e iniciou-se na escrita na década de 1940. Numa primeira fase literária, identificou-se com a estética neorrealista. Posteriormente, optou por uma perspetiva existencialista, na senda de Jean-Paul Sartre, Camus e Malraux, entre outros. Não lhe interessava contar histórias de forma convencional, mas antes provocar nos leitores comoção e "abalo", levando-os a refletir. Foi-lhe apontado que as suas obras constituem, na realidade, «um só livro», uma crítica que não o abalou. Desempenhou um papel secundário num filme que constitui a adaptação cinematográfica de um dos seus romances.

Norwegian Wood (1987) de Haruki Murakami (sugestão da aluna Maria João Silva) Nunca tinha lido nenhum livro de um autor japonês. Como sempre, fui influenciada pelo meu pai, amante de literatura e com uma bagagem de leitura incomparável. Estamos em 1960 e conhecemos Tori Watanabe, um solitário estudante universitário, que reside na rica e enérgica cidade de Tóquio, no Japão. Acompanhamos o seu quotidiano interpolado por acontecimentos passados que justificam o seu presente. Norwegian Wood, dos Beetles, é a banda sonora dos seus pensamentos intensos e apaixonados de Naoko, o seu primeiro grande amor. Watanabe luta com a dor de Naoko, que nunca esqueceu, enquanto conhece Midori, uma jovem viva e entusiasta.  Este é um livro extremamente reflexivo, sempre atual. A complexidade das relações humanas é o centro deste precioso livro do qual eu tentei, tanto tempo, evitar o seu fim, pois ficaria sem o meu companheiro de abril de 2024. Sem saber, li-o no momento em que m...