Até sempre, Maria Teresa Horta

Maria Teresa Horta, poetisa, prosadora, jornalista e ativista política e social, deixou-nos na passada terça-feira, dia 4 de fevereiro.
Talvez se recordem de a termos evocado aqui, a propósito das Novas Cartas Portuguesas e também numa publicação em que reproduzimos uma página do seu livro Ambas as mãos sobre o corpo.

Considerada pela BBC como uma das «100 mulheres mais influentes e inspiradoras de todo o mundo», Maria Teresa Horta foi uma destemida desafiadora da autoridade repressiva do regime fascista em defesa da igualdade de direitos entre mulheres e homens. Nesta entrevista em vídeo, podem ouvi-la recordar os tempos em que cidadãos portugueses íntegros e inofensivos, incluindo a própria Maria Teresa e os seus amigos, eram espancados em plena rua e presos por uma polícia que defendia os interesses do Estado, em vez de zelar pela segurança e integridade das pessoas.

Lamentamos profundamente a perda da última das corajosas insubmissas "três Marias", que quis ser lembrada como poetisa e «como uma mulher que pode ser insuportável porque cumpre os seus ideais.»*. Temos a obrigação de a recordar, sempre, pelas suas palavras e pelos seus atos em nome da verdade e do respeito pela dignidade e igualdade.


* Declaração de Maria Teresa Horta na entrevista "A beleza das pequenas coisas", gravada em novembro de 2019 e divulgada aqui pelo jornal Expresso.

Comentários

  1. Perdemos uma mulher que lutou por ter voz, e que fez com de nós mulheres o que somos hoje, deu-nos a liberdade que temos. Um obrigada não chega, por tudo o que fez.

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